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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Que desenvolvimento nós queremos?


Por Vinícius Prado
Desde gestões anteriores o poder público pontalense tem feito cada vez mais a opção por um projeto de desenvolvimento baseado no desenvolvimentismo , ou seja uma política econômica baseada na meta de crescimento da produção industrial e da infra-estrutura, com participação ativa do estado, como base da economia e o conseqüente aumento do consumo.
A opção pelo desenvolvimentismo é recorrente no sistema capitalista, na própria história do Brasil, este modelo foi implementado a nível nacional em épocas como as de JK e seus “cinquenta anos em cinco”, e o “milagre econômico” do período militar, ambos fracassaram óbviamente, pois não se trata de um modelo sustentável, tanto ambientalmente como socialmente, este modelo nos coloca refém de um mercado financeiro especulatório internacional.

Em Pontal do Paraná podemos ver claramente a opção por esse crescimento industrial e de infra-estrutura com o grande empenho que o poder público tem se dedicado a fornecer licenciamento a grandes empreendimentos e multinacionais. Sempre com o argumento que aumentará o consumo no mercado local, e consequentemente aumento no número de postos de trabalho e assim uma melhor qualidade de vida para a população. Mas na prática é assim?
Vejamos o caso da Techint, multinacional italo-argentina, que produziria plataformar petrolíferas para o grande “genio” da economia brasileira Eike Baptista. Dois anos atrás a Techint era a resolução para a maioria dos nossos problemas, segundo prefeito e vereadores da época, e com a mudança de prefeito e vereadores continuou sendo, geraria 5.000 empregos diretos “para pontal”, movimentaria o comércio e geraria mais milhares de empregos indiretos.
Porém o que aconteceu? Em primeiro lugar, vimos que esses empregos todos não eram pra Pontal do Paraná, viamos todas as manhãs dezenas de onibus de outras localidades chegando para trazer trabalhadores e leva-los ao fim da tarde, ou seja nem tempo para gastar no comércio local eles tinham. Esses bilionários como Eike Baptista não produzem nada na verdade, suas fortunas crescem através da especulação financeira, e assim se sustenta todo o sistema financeiro mundial, assim essas multinacionais são diretamente dependentes deste sistema. E assim, devido a uma perfuração que não se congretizou, ou seja os empresários já tinham contabilizado e até vendido os barris de petróleo daquele poço, porém quando perfuraram não tinha o que esperavam, isso abalou o sistema financeiro que é especulatório e fez que os contratos da Techint fossem cancelados, e milhares de trabalhadores e trabalhadoras fossem demitidos, sem contar os reflexos que isso teve no comércio local, pequenos comerciantes que investiram para poder atender o aumento da demanda agora quebram por não poder honrar seus compromissos, e os postos indiretos de trabalho agora são postos de demissão indireta.
Precisamos entender que a Techint não é um caso isolado, ela é reflexo do sistema financeiro capitalista internacional, e que como nos últimos anos ocorreu aqui em Pontal, apostar todas as fichas do desenvolvimento local neste modelo desenvolvimentista é um erro muito grande. Podemos ver que neste período em que a Techint virou a “salvação” da economia do municipio, muito pouco ou quase nada se investiu em outras formas de desenvolvimetno econômico, como turismo, cooperativismo, economia criativa, etc.
Assim ficamos dependentes de um único modelo de desenvolvimento, que é instavél e que se baseia na economia de mercado, ou seja, mesmo que não haja quebras financeiras como no caso da Techint, no momento em que Pontal não for mais “lucrativo” para a empresa ela vai embora, e não podemos construir um desenvolvimento sólido para o município baseado em um sistema espculatório e isntavél.
Não somos contra grandes empresas que queiram vir para nosso município, desde que respeitem o nosso meio ambiente, nossa população e nossa cultura, pois temos em mente que elas sempre serão passageiras, então precisamos garantir a preservação de nossas riquezas. Somos contra esse modelo que aposta todas as fichas em um sistema que não é sustentavél, nem ambienta, nem social e muito menos economicamente, a “salvação” era a Techint, agora é o Porto, a Odebrecht, Subsea 7 e amanhã quem será?


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